Projeto Infoeducação
Se você se preocupa com os rumos da educação brasileira no século XXI e não conhece ainda o termo infoeducação, é momento de atentar para a palavra. Surgida para nomear o “1º Colóquio Brasil-França de Infoeducação”, realizado na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, no ano de 2000, a nova formulação referia-se a questões que ganharam importância central na chamada “era da informação”: as relações cada vez mais complexas e intrincadas entre informação e educação na contemporaneidade.
A complexidade resultante dessa relação entre informação e educação vem sendo pauta constante nas agendas oficiais e nos mais diferentes fóruns educativos e científi cos internacionais. Na realidade, desde a década de 1970, a UNESCO, atenta sobretudo a alertas de entidades como a American Library Association (ALA- Associação dos Bibliotecários Americanos), vem se manifestando sobre a questão. Assim, a partir desse período, vem tendo destaque especial uma problemática denominada em língua inglesa de information literacy, ou seja, alfabetização ou letramento informacional , e que traduzida para o espanhol ganhou a sigla ALFIN (alfabetización informacional).
Os portugueses vêm falando em literacia, os franceses em educação para a informação; nós criamos o termo infoeducação, pois entendemos que as duas questões devem ser tratadas de forma articulada e correlata, já que há uma interdependência inescapável entre tais termos, sobretudo pensando-se nos recursos de autoformação de que dispomos atualmente. Variados documentos e iniciativas, em diversas partes do mundo, chamam a atenção para aspectos relacionados aos processos de produção, circulação e apropriação da informação nas dinâmicas educacionais. Além de aspectos materiais e técnicos das questões (existência ou não de computadores com acesso a web, laboratórios de informática, bibliotecas, midiatecas, livros, tvs, dvds, dentre outros), tais documentos vêm-se voltando especialmente para outras dimensões da problemática: as possibilidades de conhecimento e cultura de que os dispositivos informacionais são portadores. Daí falarem em alfabetização, em letramento informacional, em educação para a informação, da mesma forma que falamos em infoeducação.